Tédio
Olá. Novamente.
Estive vivenciando várias experiências ruins. Não sabia exatamente o que eram experiências ruins na prática, só na teoria. Bem, prossiguemos.
Well, vocês não devem estar entendendo muita coisa.
Mas estive durante algum tempo em descanso obrigatório devido a uma epidemia popular, a Dengue. Mas com uns humildes 5l de água goela abaixo por dia, umas belas agulhadas na veia e algumas muitas horas da minha vida de espera em hospitais, acho que posso dizer que estou me recuperando, pacientemente. (Na verdade, eu já melhorei. Enfim.)
Como já devo ter dito aqui, meu blog não tem um tema específico. Então vou aproveitar para falar dos hospitais.
MEU DEUS! Que calamidade, hein, governantes, políticos e enroladores profissionais!
Pronto. Já denunciei a deficiência do Estado.
Em um desses dias tristes, melancólicos e, mais ainda, estranhos, um homem mais ou menos velho sentou ao meu lado para esperar a resposta para os seus problemas ou a vinda de Jesus para julgar os homens, o que viesse primeiro. Ele estava aparentemente de saco cheio, mas eu tenho absoluta certeza de que não era apenas mera aparência. Pensando duas vezes, que coisa óbvia! Só de pisar em um hospital sua alma fica de saco cheio, você começa até a sentir coisas estranhas e decide não querer voltar mais lá. A menos que você seja um médico, é claro. Mas aí já é outra explicação.
Continuando com o carinha da poltrona ao meu lado. Eu fiquei conversando com ele, que me pareceu bem simpático. Sim sim, simpático ele era. Ele falou um bocado. Disse que tem duas filhas, uma de vinte e muitos anos e outra de trinta e poucos (não lembro).
Não sei como são anjos, não sei se eles sentem dor ou se são coloridos. Muito menos se voam, se tem aperto de mão secreto ou ainda, se existem. Mas mesmo se não existirem, esse cara passou perto disso.
Ele estava com dor na barriga e os médicos não sabiam o que era. Um deles se aproximou e falou que poderia ser um problema nas enzimas. Espera, deixa eu repetir: poderia.
Então meu tempo de soro passou voando. Por isso mal percebi que estava congelando ali dentro, e que aquela porcaria de poltrona pra tomar soro era desconfortável para cacete..
Quando eu saí, esqueci a garrafa de água. Só pra me zoar ele disse, todo espontâneo: "A mamadeira!" Hahaha. Ainda com dor, não perde o senso de humor. Teve algum sentido por trás disso. Dane-se. É bom.
Mas, sabe, de vez em quando pessoas assim fazem falta. Lembro do que ele disse: "De noite a dor piora, e o meu neto ainda pula em cima de mim." Nossa! Como ele deixa? Perece que o garoto tem três anos.
Esse cara me deu treze anos.
N'outro dia que eu estive lá, ninguém estava a fim de falar. Tomara que esse moço velho descubra logo o que tem.
Lembrei de uma coisa: ele é diabético e já está acostumado a tomar agulhadas (três todo dia). Isso ele também me falou.
Pois é. Às vezes, penso que o mundo é vivo ( o mundo ) e que ele quer confundir a gente. Não importa, de qualquer forma.
Por que importaria?
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