Não. Amanhã eu não vou estar mais velha, pelo menos do jeito que eu escuto falar.
Oficialmente, hoje é o último dia que eu tenho o privilégio de postar no meu blog com quinze anos. Sem parar e pensar, tudo bem, não há nada demais. Hoje é um dia como qualquer outro na minha vida, apesar de ser um como qualquer outro no estilo "todo dia é especial" ou então "cada dia é diferente do outro". Sim, é uma boa filosofia de vida. Mas não me agrada pensar que daqui a quinze anos eu provavelmente falarei, ainda que despercebida disso, alguma coisa do tipo: "Ah, se eu tivesse quinze anos...", "Não, eu não tenho mais quinze anos" etc e tal. Tudo bem, há quem diga isso como quem fala: "Tô com fome" e não se liga que não tem mesmo quinze anos. Ou se liga e não entende. Ou, ainda, entende mas não percebe. Enfim, há diversas coisas neste nosso espaço compartilhado. E, é claro, eu. Oi! E aí?
Poxa, meu bem, mas você não vai ter trinta anos de um dia pro outro. Eu sei disso, querida.
Olha, se eu não estiver errada, eu provavelmente estarei certa. Apesar disso, o que realmente vai mudar consistentemente como que de verdade (a gravidade da situação) é o jeito como eu vou olhar para esta coisa que eu estou escrevendo. Deve ser algo como: "Fui eu que escrevi isso?" ou então "Por que raios eu falaria: fui eu que escrevi isso?" ou então "É, o jeito de escrever mudou de novo...". Sabe, acho que daqui a quinze anos não vou ler este texto. Talvez o universo nem exista mais. Ou então, quem sabe, ele terá sido dominado por seres desconhecidos bem longe da imagem mais absurda que nós temos sobre extraterrestres e eles não façam xixi pelos dedos (eu não sei onde vi isso).Ou, ainda, eu esqueça a minha senha e o meu blog fique inacessível, uma opção remota. Mas pode ser que nada disso aconteça, também.
Sério, por enquanto, ainda tenho meus quinze anos. É, que bom. Amanhã eu poderia falar, dando aquele suspiro característico da própria emoção (que emoção?) de um passado passado: Ahhhh, se eu tivesse quinze anos... o que? Aí eu teria um dia a menos de vida.
Não quero ser muito radical a ponto de banalizar um idade (linda??) tão... falada, assim, deste jeito. É bom, sim. Como todas as outras, blá, blá, blá.
Amanhã eu vou estar mais velha assim como eu fico a cada fração de segundo que me escapa. E não pelo fato d'eu ter nascido há dezesseis anos.
Viu?
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