sábado, 3 de setembro de 2011

Tem um gato lá em cima.

Socorram-me. Subi no ônibus em Marrocos.
Ou coisa assim.
  Mas: SO-COR-RAM-ME

  E isso é sério, gente. É sério porque é. Seríssimo.

 Tem uma gato lá em cima. E isso não é título pra redação.
...
Tá, tudo bem. Pode até ser. O fato é que existe um gato lá em cima. E o pior: miando.
 Ligaram pra minha vizinha que tem quatro gatos. Mas não é dela.
 
Descrição da criaturazinha intrometida:

Tem coleira (detalhe importante). É branco, malhado. É seu?

Se for, pode apanhar. Se não, pode também.

Queria dar comida e me pergunto por que ele não mete o pé, ou melhor, a pata.

Foi o outro que me contou a história:

 Ele (pessoa) estava na internet, no quarto, na cama. Ouvindo um gato miando. Miando. Miando. O tempo todo. E ele pensou: "O gato tá com medo de alguma coisa lá no telhado" e prosseguiu com a net e tal.

Ali do lado de seu olho, alguma coisa se mexeu. Ele olhou. O gato olhou. Eles se entreolharam. Uma cena congelada. (Coisa linda!).

Então o gato não estava no talhado. Estava embaixo da cama. Dentro de casa. Dentro do quarto. Wtf?? Diria alguém no MSN.

Então deu-se início à perseguição. Algo breve na primeira parte.

O gato desaparecera. E now??

Suspense.
... (três pontos).

Ele o encontra, desta vez saindo de um dos cômodos. Que, por acaso, tem a ver comigo.
Tem a ver sim...
Tem a ver com o meu quarto.
O danado do gato malhado estava saindo do meu quartinho e nem pediu permissão. Cara, como pode?

O mundo tá tão globalizado que até os bichos se sentem em casa em qualquer lugar, assim?
Ficou tudo de repente tão similar?

Óbvio que não. Ou melhor, ridículo isso.

O gato saiu desfilando do meu aposento e aí resolveu ir até o banheiro.
Meu irmão, instintivamente, seguiu o gato, cautelosamente. Afinal, vai que fosse uma câmera espiadora proveniente de algum outro planetazinho aí,  né.

Então o gato parou. O meu irmão too. E agora, mané? E agoraaaa, mané? (Momento de reflexão).

Meu irmão o empurrou com o pé, ele não deu a mínima, ficou parado ali. Meu irmão empurrou de novo. Pra falar a verdade, não entendi muito bem essa parte. Talvez ele quisesse convencer o gato a pular da janela. Técnica estranha, não?

Enfim, só sei que o gato saiu e sumiu.

... estava na escada.

Foi empurrado para fora e menosprezado com uma portada na cara.

E lá está ele, e cá estou eu.

...tem um gato no meu telhado.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Sobre quatro rodas e um monte de outras coisas.


-Sente-se, filho!
-Tia, eu posso ir na janela?
-Claro, querido! O Mat não se importa, não é mesmo, filho?
-Mas, mãe, eu sempre vou na janela!
-Poxa, Mat, por favooor...!
-Tudo bem. Mas na próxima parada a gente troca de lugar.
       Uma viagem longa e cansativa. O carro atolado de coisas entre perdidas, se perdendo e procuradas. Aquilo não era uma mini-van, era um esportivo. E também não era confortável para quem estava na parte de trás, ou então não ouviria as batidas de cabeça na lateral do carro dadas pelo meu primo.
Mas não importava. A janela, ainda assim, era disputada. Era melhor para dormir, encostar e babar.
      Aqui dentro tem quatro pessoas, infelizmente. O meu primo é um saco – o Xula. Dizem que quando eu era pequeno chamava ele assim porque eu não conseguia dizer seu nome: Túlio. Então o apelido ficou.
      Túlio era um ignorante. Tudo indicava a isso, toda e qualquer palavra que saía de sua boca cheirava a ignorância e tudo que até hoje me proporcionou foram náuseas. E então, lá estava eu, lá estava ele: nós dois. Se ele fosse uma menininha poderia até ironizar um ar romântico, mas nem pra isso ele servia. Pois bem, era um inútil.
           E, se você quiser fazer a pergunta: “O que raios, então, ele está fazendo bem aí do seu lado, numa viagem com a sua família?”, saiba que eu tenho a mesma pergunta em mente. Teve ter algo a ver com ele ser minha família também, mas sei lá. Não acredito muito nestas respostas óbvias demais, embora tenha me ferrado várias vezes na escola por pensar assim e mudar a resposta quando estava certa. É, eu sei. Eu sou lerdo pra caramba.
          Por isso e por tantos outros motivos eu constatei imediatamente:

                                                                                                                    a viagem seria longa.